O Brasil é o maior país da América do Sul e o quinto maior do mundo. Tem uma indústria de vinho considerável, mas provavelmente é mais conhecido nos mercados globais de bebidas espirituosas, e em particular Cachaça.
Vinho Brasileiro
Com cerca de 83.000 hectares (205.000 acres) de vinhedos, está logo atrás de seus vizinhos Argentina e Chile em termos de área plantada com vinha. Apenas uma pequena proporção (cerca de 10%) desses hectares são plantados com vinhas Vitis vinifera, no entanto, esta grande área plantada não se traduz em grandes volumes de vinho de qualidade.
Estão em curso esforços concertados para melhorar este rácio. Embora ainda não reconhecida em escala internacional, a qualidade dos vinhos brasileiros vem aumentando ano a ano.
Os vinhos mais conhecidos do Brasil são, sem dúvida, seus espumantes brancos. Existem alguns vinhos do método Champagne feitos de Pinot Noir e Chardonnay. Muitos são feitos em um estilo semelhante ao espumante italiano.
Apesar de abranger um total de 39 graus de latitude (5°N a 34°S), esta vasta nação fica em grande parte fora do 'cinturão do vinho' (a faixa de latitudes em que a vinicultura efetiva é tradicionalmente considerada possível). O cinturão vitivinícola do hemisfério sul circunda o globo entre 30°S e 45°S, deixando muito pouco espaço para o Brasil desenvolver sua área de vinhedos.
Assim, a grande maioria do vinho brasileiro vem das regiões mais ao sul do Brasil, Campanha e particularmente da Serra Gaúcha. Este último abriga a capital do vinho espumante do Brasil, Bento Gonçalves.
Ao norte, o estado da Bahia abriga o Vale do São Francisco, plano e árido. Esta é uma região vinícola em desenvolvimento a apenas 1050 km/650 milhas ao sul do Equador. Ele funciona em um nível mais alto do que o sugerido por sua latitude de 9°S.
A indústria vinícola brasileira teve um desenvolvimento relativamente lento, principalmente quando comparada à do Chile ou da Argentina. O vasto tamanho do país e o clima tropical quente dificultaram o estabelecimento de uma indústria nacional de vinho de qualquer escala ou eficiência.
Sem rotas comerciais confiáveis, é proibitivamente difícil transportar uvas do vinhedo para a adega e o vinho da vinícola para o consumidor. Foi somente quando as estradas foram abertas nas planícies e florestas no início do século 20 que a Serra Gaúcha e a Campanha se conectaram com o resto do Brasil.
Mas a história da viticultura aqui, como em outros países sul-americanos, remonta a muitos séculos. A videira chegou ao Brasil em meados do século XVI, introduzida pelos primeiros colonizadores portugueses. O clima quente e úmido foi demais para essas primeiras vinhas, que sofriam de inúmeras doenças fúngicas.
Naquela época, a criação de videiras era primitiva, então clones de videiras resistentes a doenças não estavam disponíveis. As técnicas de manejo de vinhedos também não eram suficientemente avançadas para combater o problema. As tentativas subsequentes não foram mais bem-sucedidas; foi somente com a chegada das videiras Isabella, em meados do século XIX, que a vinicultura brasileira começou a progredir.
Isabella foi seguida por outras vinhas híbridas americanas, incluindo Norton, Concord, Catawba e Clinton, e várias variedades trazidas por migrantes da Itália – Barbera, Moscato e Trebbiano entre elas. O Tannat foi introduzido no País Basco e ainda é cultivado hoje, embora não com o sucesso que desfruta no vizinho Uruguai, menor do sul do Brasil.
Nas décadas de 1970 e 1980, o Brasil começou a produzir vinhos de verdadeira qualidade de exportação. Este progresso deveu-se em grande parte à chegada de várias empresas vitivinícolas internacionais, que contribuíram significativamente para a infraestrutura vitivinícola do país.
Eles trouxeram consigo novas tecnologias de vinificação e técnicas de manejo de vinhedos, e as variedades de uvas francesas que na época estavam ganhando popularidade rapidamente em todo o mundo: Chardonnay e Semillon para brancos, Cabernet Sauvignon e Merlot para tintos.
Cachaça e outras bebidas
A cachaça é a bebida de exportação principal. Tecnicamente um rum, é oficialmente descrito como aguardente de cana. É o componente central de um coquetel de caipirinha. Consulte nossa página dedicada para obter mais informações.
Também são produzidos rum, aguardente de uva e vários licores, além de um ou dois gins e vodkas. No entanto, a produção não se compara em nada com a da Cachaça.
Cerveja brasileira
A cerveja é a bebida alcoólica mais consumida no Brasil, sendo o país o terceiro maior produtor de cerveja do mundo. 98% da produção é dedicada a cervejas leves entre 3-5 por cento abv.
A marca mais reconhecida internacionalmente é a Brahma, fundada em 1888. Possui um amplo portfólio para o mercado interno liderado pela Brahma Chopp pale lager (5% abv). O principal produto de exportação é simplesmente rotulado como Brahma e é outra cerveja clara, com 4,3%.
A Skol também tem um perfil de exportação relativamente alto, especialmente por sua linha Skol Beats de bebidas fermentadas com sabor cítrico. A marca Skol teve origem na Escócia, mas é licenciada em todo o mundo. Aqui é licenciada pela AB InBev, proprietárias das marcas Brahma e Antarctica, que controlam grande parte do mercado brasileiro. A Heineken International é outro grande jogador aqui.
Enquanto as multinacionais dominam em termos de volume, a fabricação de cerveja artesanal está se desenvolvendo. Em 2002 havia menos de 50 cervejarias artesanais aqui; em 2018, o número passou de 830.