Portugal passou por uma espécie de revolução do vinho nas últimas duas décadas, atualizando suas tecnologias, estilos e atitudes de vinificação. Este país arquetípico do Velho Mundo tem sido famoso pelos seus vinhos generosos (Porto e Madeira) e Vinho Verde azedo e leve. Mas na última década ou duas tem atraído muita atenção pela sua nova onda de vinhos de mesa ricos e maduros, com destaque para os tintos do Vale do Douro.
A produção anual variou entre 600 e 670 milhões de litros entre 2016 e 2020. Ao longo desses anos, Portugal colocou Portugal na 11ª posição do mundo, enquanto Itália e França disputaram o desporto de topo com valores entre 4 e 5,5 mil milhões de litros. Existem cerca de 200.000 hectares de vinhas (cerca de 500.000 acres).
Castas portuguesas
As muitas castas de Portugal e os seus incontáveis sinónimos regionais são a perdição dos ampelógrafos. Algumas são endémicas de Portugal (ex. Touriga Nacional), enquanto outras são partilhadas com a vizinha Espanha (ex. Tinta Roriz/Tempranillo). No geral, cerca de 250 variedades são consideradas nativas.
As sempre populares 'variedades internacionais de origem francesa também foram plantadas, sendo a Syrah de longe a mais popular. É importante salientar que o sucesso atual dos vinhos portugueses não se tornou dependente desta última categoria, ajudando os viticultores a manter uma certa singularidade nos seus vinhos.
O Relatório da OIV "Distribution of the World's Grapevine Varieties" (2017) listou as dez melhores castas de Portugal por área estimada de vinha da seguinte forma:
- Tinta Roriz (Tempranillo) R: 18,000ha (44,500 acres, 9 percent of total, trending up)
- Touriga Franca R: 15.000ha (7,5, fortemente em alta)
- Castelão R: 13,000ha (6.5, strongly down)
- Fernao Pires W: 13,000ha (6.5, down)
- Touriga Nacional R: 12,000ha (6, strongly up)
- Trincadeira R: 11,000ha (5.5, down)
- Baga R: 7,000ha (3.5, down)
- Siria (Roupeiro) W: 7,000ha (3.5, strongly down)
- Arinto (Pederna) W: 6.000ha (3, fortemente em alta)
- Syrah R: 6.000ha (3, fortemente em alta)
A diversidade de variedades é evidenciada pela participação de 45,7 por cento de “Outras variedades” (91.000 de um total de 199.000 ha, segundo a OIV).
Condições de cultivo e regiões vinícolas
O clima temperado predominantemente marítimo de Portugal tem muito a oferecer aos vinicultores. O portfólio de terroirs do país não é tão amplo quanto o da França ou da Itália, mas há uma variação significativa entre suas montanhas, vales fluviais, planícies litorâneas arenosas e colinas costeiras ricas em calcário.
Os altos níveis de chuva que sopram do Atlântico ocidental são uma benção para aqueles que buscam altos rendimentos de seus vinhedos. No entanto, esses chuveiros trazem um risco significativamente maior de problemas fúngicos em todos os locais, exceto nos locais mais bem ventilados.
Desde que o risco de doença possa ser gerido de forma eficaz, os produtores das regiões costeiras como Lisboa (antiga Estremadura) e a Península de Setúbal têm poucos problemas em gerar rendimentos prolíficos. A qualidade pode ser alcançada nesses ambientes férteis apenas limitando a quantidade por meio de um manejo cuidadoso do dossel e colheita verde criteriosa.
As regiões vinícolas do interior, abrigadas, como Transmontano e Douro, são tipicamente mais bem equipadas para a produção de vinhos de qualidade. Seu clima mais seco e solos aluviais estressam as videiras, forçando-as a cavar sistemas radiculares profundos e fortes.
História do Vinho Português
Pode-se argumentar que o lugar de Portugal no mundo do vinho se centrou mais na produção de cortiça do que no vinho, mas isso depende muito do período histórico escolhido. No século XVIII, quando o fornecimento de vinhos franceses para Inglaterra e Escócia foi ameaçado pela revolução e pela guerra, as vinhas de Portugal mostraram-se mais do que capazes de preencher o vazio.
Foi apenas no século XX, quando a procura internacional de vinhos portugueses se reduziu a quase nada, que Portugal passou a dominar a produção mundial de cortiça. No século XXI, a indústria da cortiça portuguesa está em dificuldades (devido à crescente popularidade das rolhas de plástico e das cápsulas de metal), mas os vinhos do país estão novamente em ascensão, liderados pelos tintos secos do Douro e do Dão.